O fruto caído do espírito

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Nosso uivo te acorda no meio da madrugada, vem das profundezas do nada para interferir nas atividades das células do destino. Caro leitor, que esse espírito não se propague em vós como essa idéia maculada da violência branca que faz cair folhas humanas pela cidade que se escondendo de medo não sabe mais o que fazer pra não deixar de ser jamais. O sol imortal desse comunicado toca as copas das árvores de todo alto pensamento, libertando a misericórdia que não é como a alcatéia faminta de sentimento e razão que vive em guerra, preconceito, exploração, pobreza, negação dos direitos humanos, desastre ambiental que move riquezas perecíveis para o estômago verminoso e corrupto da humanidade. Pobres miseráveis ainda não entendem ou se negam entender o verdadeiro caminho pra felicidade, para a eternidade, o verdadeiro espírito da coisa, e isso lhes causa morte e até a maior morte, que é a morte viva. E o sistema cruel ordena-lhe que vá depressa, correndo, de preferência mais rápido, e mais, e mais, ele não tá nem aí se sentes cansaço, fome, amor, vazio... Eu te amaldiçôo com meu uivo, inteligência monstruosa e infeliz que nos deseja de corpo e alma e nos faz desacreditar em nossas vidas demasiadamente curtas pra quem vive desalmado.

Mas resistimos! E cada momento pode ter sua especial longevidade e plenitude de sentidos e basta atentar para os detalhes do novo mundo possível que às vezes nos passa despercebido (Aprendamos com as crianças tendo elas por nossas mestras)

Caro leitor, lhe convido a ir além do nascimento e da morte, vivendo com chamas vossos momentos, amando-os, agradecendo-os, os guardando como a um reino transcendental sobre o reino do mal, acordando para vida, injetando boas lembranças nas veias do cotidiano, se dando a chance de crescer e dar frutos como obra essencial para o desenvolvimento urbano, humano, animal, mental.

Aqui em Marituba, onde vemos flutuar diante da gente tantos descasos, tanta violência, jovens morrendo, famílias inteiras atoladas no lamaçal da ignorância política. Odores de secretarias sucateadas. Iniciativas de projetos sufocadas. Cenário cultural fatalmente centralizado no piercing do umbigo da cidade drogada. Filhos malcriados com a mãe natureza. Esgotos a céu aberto temendo uma rebelião de lixos. Nossos igarapés falecidos.

Eu escuto uma voz vinda do coração dos seres do progresso do mundo. É a evolução cósmica! A progressão dos mundos! Façamos já outra terra regenerando essa que é casada com nossos pés.  A juventude insurge dos subterrâneos para adentrar as entranhas da luz numa existência primordial e intacta de possibilidades no intimo indestrutível de nossos sonhos que são chuvas de idéias vindo em direção a cidade para salvar a alma dos que não acreditam mais na vitória da UNIÃO sobre a SEPARAÇÃO!                                                                                                                                      

                                                                                                           Antonio Marcelo

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