GURI

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

imagemn

 


De: Samara

 


Caminha com dificuldade, apoiando-se nas cadeiras, no balcão, até chegar onde estavam os copos.
Apanhou um e ficou a observar o reflexo que a luz causava no vidro. Virou o copo de um lado, de outro
e seus dedos frágeis deixaram-no cair no chão, onde se espatifou. Ouvindo o barulho a empregada
veio correndo, tu já quebrando copo, peste, pegou Janito pelo braço e lhe deu varias palmadas com
força em diversas partes do corpo. O menino pôs-se a chorar e recolheu-se para o seu lugar favorito
_ um canto da sala. Era o seu refúgio, esse cantinho. Ia para ali sempre que alguma coisa grave lhe
acontecia. Gostava se sentir uma parede de cada lado, encostada em seu corpo. Pegou o travesseiro
de cheirar sentou no soalho e ficou observando a empregada na cozinha. Gostava de observar as
pessoas. Ela aparecia e desaparecia através da porta. Depois soluçando baixinho, tentou pronunciar uma
as poucas palavras que sabia: mama... mama... agarrando o travesseirinho, cheirando-o, ajeitando-se
no cantinho. Já havia aprendido a dizer tata. Ela quase não o deixava fazer nada:

tirar uma cadeira do

lugar, puxar um guardanapo de cima da mesa, brincar com as panelas. Ainda o obrigava a ficar sentado
no penico, tempo, tempo, até fazer

cocô _ mesmo que não tivesse vontade. E não podia levantar, era
muito perigoso, pois se levantasse o Papai Noel viria pegá-lo à noite. E todos diziam que era dengo
quando chorava quando tinha que ficar sozinho na hora de dormir. Tinha medo da tatá, sim, mas não
lhe queria mal. À tardinha ela lhe dava banho, colocava uma roupa limpa e Janito e a casa, bonitinhos,
arrumadinhos, recebiam a mãe que trabalhava fora, lecionava, tinha quarenta e quatro horas

0 comentários:

Postar um comentário